Documento digital do veículo: segurança e praticidade, mas o impresso ainda pode ser indispensável. Entenda os momentos em que manter as duas versões é essencial.
Por Redação
Publicado 21/10/2025 às 08h15
A versão digital possui reconhecida validade legal igual à impressa. Foto: Raíssa Santana/ Ascom – Detran/BA
Nos últimos anos, o processo de digitalização dos documentos de veículos no Brasil evoluiu rapidamente. Atualmente, motoristas têm à disposição a CNH Digital e o CRLV-e (Certificado de Registro e Licenciamento de Veículo Eletrônico), que pode ser acessado pelo smartphone através da Carteira Digital de Trânsito (CDT).
No entanto, permanece a questão: o documento impresso realmente se tornou obsoleto? A resposta varia conforme a legislação vigente, o acesso à tecnologia e as circunstâncias cotidianas.
Há alguns anos, era obrigatório que todos os motoristas carregassem a versão impressa do documento do veículo, comumente chamada de “documento do carro”. Não ter esse documento poderia resultar em multas e na retenção do veículo.
Em 2020, o Conselho Nacional de Trânsito (Contran) regulamentou que o CRLV-e substitui totalmente a versão em papel, sendo válido em todo o território brasileiro. Isso indica que, em teoria, o porte do documento físico não é mais uma exigência, uma vez que a versão digital possui a mesma validade legal.
O acesso ao CRLV-e pode ser feito de três maneiras:
- Pelo aplicativo Carteira Digital de Trânsito (CDT), que agrega CNH e CRLV;
- Pelo site do Detran de cada estado;
Quando o documento impresso ainda pode ser essencial
Apesar da legalidade reconhecida da versão digital, existem situações em que ter o documento impresso pode prevenir contratempos:
- Bateria descarregada no celular
Caso o motorista seja abordado durante uma fiscalização e não tenha bateria, não conseguirá apresentar o CRLV-e. - Problemas técnicos em aplicativos
Embora raro, falhas temporárias nos aplicativos podem ocorrer. Ter a versão impressa como backup proporciona segurança.
Dessa forma, mesmo que não seja mais uma exigência legal, manter uma cópia impressa do CRLV-e é uma prática prudente.
Consequências por não portar o documento
Dirigir sem apresentar o documento do carro é considerado uma infração leve, acarretando uma multa de R$ 88,38 e três pontos na CNH.
Atualmente, os agentes de trânsito têm a capacidade de consultar os dados diretamente nos sistemas, o que minimiza a necessidade da apresentação do papel.
Entretanto, se o motorista não tiver acesso ao celular e não conseguir apresentar o documento de forma alguma, o agente poderá enfrentar dificuldades para verificar a regularidade do veículo, o que pode gerar complicações na abordagem.
A digitalização e suas vantagens
A transição para o CRLV-e trouxe benefícios significativos:
- Conveniência: o motorista não precisa mais se preocupar em deixar o documento em casa;
- Segurança: o documento digital conta com QR Code, reduzindo riscos de fraudes;
- Acessibilidade: pode ser impresso em papel comum ou ser acessado por mais de uma pessoa, ideal para veículos utilizados por diferentes motoristas.
Além disso, a digitalização ajuda a reduzir custos e a burocracia nos Detrans, eliminando a necessidade de imprimir e distribuir milhões de documentos em papel.
Cultura de transição
Apesar de todos os avanços, é compreensível que muitos motoristas ainda optem pela versão impressa. A transição para o digital envolve confiança na tecnologia, e uma parte da população pode não ter familiaridade com smartphones ou acesso constante à internet.
Dessa forma, especialistas em trânsito aconselham que, pelo menos durante o período de adaptação, os motoristas mantenham as duas versões: a digital, como oficial, e a impressa, como segurança adicional.
Tecnologia como aliada
O documento digital do veículo é plenamente válido em todo o Brasil e pode substituir a versão impressa. Contudo, situações cotidianas demonstram que levar uma cópia em papel ainda pode ser vantajoso.
Mais do que uma exigência, portar o documento — seja na forma digital ou impressa — é uma maneira de garantir tranquilidade durante fiscalizações e segurança jurídica em casos imprevistos.
No trânsito, a tecnologia é uma aliada, mas a cautela continua sendo essencial.